Hoje trazemo-vos um presentinho sob forma de pedacinho de céu embalado num reluzente embrulho youtubiano.
Jogava-se a época de 1993/1994. Mal ou bem, jogava-se a época de 1993/1994.
Eram tempos de fartura, churros e bonomia. As bancadas de terra batida do António Coimbra da Mota causavam expectoração castanha, Petar Mitharski liderava o ataque dos Fama Boys, Mangonga trocava constantemente a primeira letra do nome de Tuck por um "F", o Heitor lesionava três gajos por treino só na marcação de livres directos, e os dentes do Hugo faziam mais furor entre as algarvias do que a Zundapp do Floris Schaap.
Nas Antas, a descontrolada Toni-Mania deixava o luso-guineense sem mãos a medir perante os caçadores de autógrafos, e Alves Nilo Vinha já piscava o olho à Exponor. Porém, quando a brasileiro-soviética União da Madeira chegou à Invicta, ninguém queria saber disso para nada.
O que interessava era a vitória.
(ou no caso da União, um empate a 0-0 com 15 minutos gastos em câimbras, torcicolos, pontapés de baliza, substituições e vendas de cautelas em pleno relvado)
O resultado? Um compêndio de cromicidade extenso, completo e heterogéneo.
Começamos pelo momento Michael J.Fox de Vítor Baía, num verdadeiro Regresso ao Futuro, revisitando aquilo que iria fazer dez anos mais tarde, na resposta a remate de Armando "Le Petit" Teixeira. Só que desta vez a bola entrou mesmo, cortesia do pé-canhão de Hermeluísio Santos.
De seguida, temos o momento Chuck Norris da noite. Em duelo de gigantes, o mítico Chico Nelo leva a melhor sobre o mais carismático dos carregadores de piano, o caxineiro André. Ele, que para além de ser extremamente poupado no uso de pentes, faz gala de um extraordinário bom gosto na hora de dar nomes aos seus rebentos.
Como se já não bastasse o elevadíssimo grau de cromicidade da supracitada agressão, revejam o momento Platoon que a RTP e o próprio filho das Caxinas nos oferecem dos 30 aos 36 segundos do petit-film. Slow motion rocks.
Logo a seguir, o instante mais hilariante do desafio (e provavelmente da jornada, se o Simanic não se tiver equipado).
O sempre calvo José Orlando Semedo - o Zidane de Ovar - entra vagarosamente na grande área, quando é bárbaramente agredido/derrubado pelo finíssimo bigode de Marco Aurélio. O brasileiro, conhecido Atleta de Cristo, bem deve ter rezado uns belos Pai Nossos como penitência pelos impropérios que terá dirigido ao Paulo Batista de serviço após o lance reminiscente do infame vôo de Azar Karadas frente ao Estoril de la Plage.
Como um minutinho apenas pode trazer tanta informação cromíflua às nossas carentes almas...
vídeo fornecido pelo blog basculacao.blogspot.com
13 comentários:
Tremendamente bom!
A locução de Dias Costa, a arbitragem de Mário Leal, o sofrimento de André (espectacular a imaginação na escolha do nome do seu filho),...
Lembro-me deste jogo por causa da "defesa não totalmente eficaz" do fantasma das Antas. Foi nos primeiros dias de 1994 (já há 15 anos...) e imediatamente determinei que esta seria a "defesa não totalmente eficaz" do ano - e deve mesmo ter sido.
Efectivamente, um pedacinho do céu.
Aahh... Time to relax com o vislumbre do grande, do gigante, do colossal Zivanovic, o Mago. O homem que conseguia dobrar colheres com o seu poder mental, mas não conseguiu desviar o remate do Maradona de Timissoara com o mesmo...
Em 1993/1994 nenhuma das bancadas do António Coimbra da Mota era de terra.
"momento Platoon que a RTP e o próprio filho das Caxinas nos oferecem dos 30 aos 36 segundos do petit-film"
LMAO
adorei a referência :D
Nesse tempos idos,talqualmente hoje,o FCP tinha/tem sempre um bom defesa-central infiltrado nos outros clubes.
HAHAHA grande blog, mesmo!
Eu conheço o Caccioli. Esta na minha cidade a morar, tem uma Pizzaria, boa por sinal.
Parabéns!
Abraço
MESTRESDOFUTEBOL.BLOGSPOT.COM
é. um Celestino.
mas há quem tenha equipas inteiras, ao sol, na praia...nos algarves ou na linha.
sinhor Fixt..QUERO O SEU BIGODE
Casa das Lampadas.... Ah sodade
QUE E BELO BIGODÃO.....DÉ-MO..
bom... qual bruno alves!! chico 'muay-thai' nelo is the answer!
André, Bandeirinha, João "rebento-te as canelas" Pinto e Semedo são parte da memória de quem sempre amou o potêncial cromístico do nosso futebol.
Os dentes do André, a cara do Bandeirinha (ninguém me tira da cabeça que aquilo era fotomontagem), a careca do Semedo, as frutas do João "rebento-te as canelas" Pinto...
Oh tempo bom...
Chico Nelo é, claramente dos melhores nomes que já passaram pelo nosso mundo da redondinha!
Parecia o Ninja das Caldas!!
Abraço.
Ivo
http://cfuniaomadeira.queroumforum.com/index.php?
Enviar um comentário